terça-feira, 30 de agosto de 2011

O TAL PAÍS...

Os jornais são a minha fonte de inspiração quase diária, bem sei que eles são apenas um meio, um elo de ligação entre a realidade e o leitor, eu neste caso, mas para "quarto poder" como se intitulam os jornais é pouco sentirem-se na pele de intermediários da realidade, na grande maioria dos factos relatando apenas que "matou com três facadas", "abusou sexualmente", "roubou", "assaltou um banco" e tudo isto tem muito que se lhe diga, porque tanto pode ser um "zé desabrigado", como um "amorim corticeiro", o que pressupõe um jovem jornalista licenciado em comunicação social, com mestrado em intervenção social e justiça.
O jornal dá conta de um "jovem" de 23 anos que:
- nunca trabalhou, nem quer trabalhar e acha parvo o vizinho que se levanta as 6 da manhã para sacar 485 euros no final do mês;
- recebe o "rendimento social de inserção", que como o título indica, serve para inserir socialmente;
- sofre de toxicodependência, uma "doença" que só pela sua designação deveria ser catalogada no rol de doenças para-profissionais, com direito a pensão vitalícia;
- assaltou uma agência bancária, munido de uma tesoura, chegou ao balcão e sugeriu ao funcionário que lhe desse a "massa", porque aquilo era um assalto e poderia ter de lhe espetar a tesoura no pescoço. Ordinário, como demonstram todos os antecedentes, o presumível (como eu gosto deste conceito) deu à sola e chegou rápido ao entreposto de droga da zona, onde colocou o dinheiro a render na "bolsa da cocaína".
Com base neste atributos, a polícia foi onde já sabe há muito tempo onde estão todos estes personagens e apanhou-o sim, com heroína no bolso e já teso que nem um carapau.
O banco achou por bem nem reclamar, que uma perda de 180,00 euros não conta neste campeonato, o homem foi à presença do juíz (quando os havia, eram meretíssimos juízes) e foi mandado embora, com apresentações semanais na esquadra mais próxima da residência (estou mesmo a vê-lo com residência...), deve ter ficado com a heroína no bolso, porque é para consumo próprio, o polícia perdeu meio dia a preencher a papelada, o assistente social estará por esta hora a fazer um relatório e nós cá vamos cantando e rindo, levados, levados sim...
Na verdade, eu sempre entendi que numa altura de crise económica e social, o Estado não devia desperdiçar este mercado e os "centros de emprego" poderiam, através de uma formação complementar, certificar estes promissores empresários no ramo da drogaria e afins, decretando a liberalização da droga, fomentando a criação de "hortas carabinóides, cocaínóides e afins" e a comercialização de produtos nacionais, fomentadores de mais uma receita fiscal, a qual devido à procura e ao consumo, não deveria pagar o deficit, mas andaria lá perto.
Ahh, esquecia de dizer que o homem disse ao juíz que tinha roubado porque o rendimento social de inserção não chega para toda a droga que ele necessita. Quem pode ficar insensível a estes argumentos?



Nenhum comentário: