domingo, 27 de março de 2011

A SAGA DO TAVARES

Na verdade eu, um cidadão anónimo, não tenho nada com a vida dos outros, ou não devo, porque cada um é livre de desenvolver a sua vida pessoal, profissional e social conforme entende e para isso é que existe uma Constituição, com muitos e variados artigos que regulam a liberdade de expressão e pensamento... tudo isso é verdade, mas o senhor Tavares está a entrar numa fase muito atribulada, disso não tenho dúvidas.

Desde que começou a escrever livros e a vendê-los como pãezinhos de leite, o homem parece que tem o rei na barriga e vai daí bate em tudo o que mexe, ele são os malandros dos profesores que ganham demais e não fazem nada, são agora os "homens da luta" que são, na sua boca, ordinários porque além de não saberem cantar e quererem fazer "revoluções" com megafones, ainda se dão ao luxo de responder ao escriba, o que de certo modo me lembra o pai Tavares, no Largo do Carmo a tentar controlar a revolução no dia 25 de Abril com igual megafone e que um dia chegou a ministro.

Descontando o alegado plágio encontrado numa das suas obras, os royalties ganhos à custa das obras literárias da mãezinha, que se estivesse viva talvez lhe dissesse que o menino não foi educado para dizer mal de quem lhe ensinou a escrever, as opiniões televisivas que lhe rendem bem mais que o tal vencimento chorudo dos professores, vem agora escrever a enorme possibilidade de os alemães não nos emprestarem dinheiro porque "os homens da luta" vão fazer que cantam lá na Alemanha, vestidos indecentemente e com megafone na mão, quase diríamos, com as calças na mão.

Quando comecei a trabalhar, a malta ganhava mal mas o Estado dava lucro, comprava-se ouro e sustentavam-se cem mil militares na guerra, com aquele material militar todo a gastar dinheiro e agora a malta continua a ganhar mal, com a enorme desvantagem de o Estado estar falido e já não haver guerra a dar despesa... afinal quem é que levou isto à falência? foram os professores e os "homens da luta", está mais que visto.

Os Tavares, os Pachecos Pereira, o Ângelo dos pregos, o Judice dos pareceres, o Barroso do MRPP, a ministra Maria de Lurdes do PCP-ML, o Sampaio do MES, o Sócrates da licenciatura, o Vara do BCP, o Dias do BPN, o Teixeira Pinto da reforma de milhões aos 48 anos de idade, que casou a filha e teve como convidados o Passos Coelho, o Eanes e o Cavaco, e se esqueceu de me convidar, esses todos que mamaram da têta da vaca, como dizia o Solnado, durante toda a democracia não tiveram culpa nenhuma do estado a que isto chegou, não, os culpados são esses malandros que não querem fazer nada e recebem 485,00€ por mês.

E agora, como vai ser com o FMI que preocupa tanto a classe dirigente? eu não sei, mas pior não deve ser para quem já não tem nada e nunca teve nada, até porque eu já trabalhava quando eles cá vieram da outra vez e não morri nem passei fome, mas talvez até seja bom para acabar com certas mordomias desses todos que acabei de referir e dos filhos e netos metidos na máquina partidária para sacar até mais não.

Voltando ao agora entrevistador Tavares, acabei de saber que foi enviado ao Brasil para fazer uma entrevista à Presidente da República Dilma Roussef, estranhando que tivessem sido deslocados meios e realizadas viagens, gastando-se uns bons milhares de euros, para fazer uma entrevista que podia ser feita em Portugal, uma vez que a senhora vem cá fazer uma visita e até poderia ficar mais familiarizada com o que se passa por cá, sem incorrer na resposta que me fez sorrir "Sócrates foi demitido? se não for ele, falarei com o que lá estiver...".

Acho que já li uma vez uma crónica em que de algum modo se redimia de uma possível ofensa aos professores, talvez aconselhado pelo seu editor-livreiro, uma vez que os professores são naturalmente o público alvo dos seus livros, mas lá por dentro ele não consegue passar sem os ofender cada vez que tem oportunidade... e eu também irei tratá-lo de maneira adequada sempre que puder.


segunda-feira, 21 de março de 2011

O DEFICIT E A CRISE

Não se fala noutra coisa em Portugal, até a qualificação dos clubes de futebol na "liga Europa" deixou de ser comemorada e o Braga eliminar o Liverpool é tão natural que já só tem uma referência nas páginas interiores e não vem nas páginas dos fundos porque o jornal ainda não é produzido em 3D, aquela nova maneira de ver as coisas com fundo, com perspetiva e com aqueles óculos horríveis... será que com transmisões em 3D dará para ver o que se passa no fundo, ou melhor, nos túneis? provavelmente... mas eu queria era escrever sobre a crise, o deficit, a falta de dinheiro, o crédito que tá difícil e caro, o prejuízo das contas públicas e não só, que eu sou privado e estou na mesma, o governo que quer sacar dinheiro a quem não o tem e deixa o Dias Porreiro a apanhar sol no resort que comprou em Cabo Verde com o lucro dos uns negócios de Porto Rico, como se alguém pudesse ter lucros em Porto Rico...
Bom, chegados a este ponto, depois de termos passado pelo Guterres do pântano, seis vezes três... ora deixa cá ver..., pelo Barroso do país de "tanga", pelo Santana Lopes, que em três meses foi juntamente com Salazar, o culpado do deficit todo, apenas porque fez a melhor obra da cidade de Lisboa dos últimos cem anos e pelo Sócrates que quer equilibrar as contas públicas a sacar dinheiro a quem está cheio de dívidas para pagar, seja na casa que comprou, nas propinas dos filhos estudantes, nas 120 prestações do carro, que irão continuar depois do carrinho ter ido para a sucata.
Que o homem está com vontade de pagar a dívida do Estado, eu até acredito, mas não pode utilizar a caixa das esmolas para pagar o santuário, ou seja, não pode tirar aos que não podem, para liquidar as dívidas feitas por gente desonesta, que sempre se passeou na manjedoura do poder político e económico.
O Estado mandou para a cadeia a D. Branca, que metia as notas em sacos de plástico, mas não conseguiu até hoje condenar um único político ou banqueiro que meteu as notas em off-shores, o que, se não é inconstitucional anda lá perto, uma vez que até os criminosos são tratados de maneira diferente, isto para não falar de empresas públicas que pagam fortunas a administradores, realizam lucros completamente despropositados e têm a coragem de aumentar a eletricidade aos consumidores, dando-se ao desplante de causar prejuízos de milhares de euros aos cidadãos, com a implantação de postes de média tensão dentro de propriedades privadas, sem dar cavaco e com a queda de cabos em cima das residencias, recusando pagar os prejuízos... será que estes monopólios não têm um seguro que cubra isso? este é realmente o estado a que isto chegou!
O grande problema do país é a diferença negativa entre o que se recebe e o que se gasta, como será problema na casa de cada cidadão ir ao banco buscar dinheiro emprestado para cobrir o prejuízo que se acumula a cada mês... haverá um dia que o banco deixará de emprestar, assim como acontecerá o mesmo ao país. Há que gastar muito menos do que se gasta, é um facto, mas... será que estes políticos estão mentalmente sãos quando continuam a querer fazer um aeroporto ou um TGV? eu podia comprar um Ferrari sim... poder podia, mas era exatamente a mesma coisa, ficaria apenas com uma dívida que nunca pagaria.
Vi ontem na tv um mercedes com a matrícula xx-JL-xx, novo e dos melhores, a caminho do "conselho de ministros"... poupança do Estado? deixem-me rir!!!

quinta-feira, 10 de março de 2011

A GERAÇÃO À RASCA!

Seria um erro histórico deixar passar a manifestação de 12 de Março, promovida por não sei quem, nem quantos, sem fazer um breve comentário aqui no blog que só eu e os amigos lêem, sobretudo para dizer o quanto me alegra que os jovens se mobilizem, participem e pensem em todas as hipóteses de construir um país viável, onde se possa viver de uma forma digna, mas também mais justa e mais equilibrada.
Há tempos atrás tive a oportunidade de ver uma foto da minha turma da 1ª classe e pude comprovar que havia colegas meus descalços, assim como outros calçados com botins de borracha até aos joelhos, isto quando eu e outros colegas vestiamos camisolas de meia manga, porque a foto de turma se tirava normalmente nos ultimos dias de aulas, em Junho, portanto. O mais interessante era eu ser filho de uma dona de casa e de um fiel de armazém, o espelho de uma classe baixa para a época, confortável em relação à classe baixa-baixíssima de muitos colegas meus.
Era uma época difícil também, do ponto de vista social, mas também do ponto de vista profissional, onde a par de uma mão-de-obra desqualificada naturalmente empregada com salários de miséria, havia uma classe emergente de técnicos vindos das escolas industriais e comerciais que tinham visíveis dificuldades para conseguir uma integração profissional e condigna retribuição.
Havia colocação e bons salários para quem tinha um curso superior? claro que sim, eles eram tão poucos...
Hoje assistimos a um facto que seria inimaginável há 37 anos, quando se deu o 25 de Abril, com um nível de alfabetização e frequência de escolas superiores ao nível dos melhores países europeus e deseja-se que ainda melhor, por forma que todos os jovens adquiram conhecimentos técnicos que os tornem melhores e mais competentes no trabalho que executam, para além de uma autonomia e capacidade de determinação que os motivem a um constante desenvolvimento pessoal e profissional, não esperando que o tal emprego lhes caia do céu, mas procurando constantemente as melhores hipóteses, estejam elas onde estiverem. Se os pais e os avós, muitos deles analfabetos se meteram literalmente ao caminho e encontraram o que queriam em França ou na Alemanha, para falar só destes, porque não tentar novos desafios, se têm hoje dentro de si os conhecimentos e a juventude?
Claro que um governo incompetente, sem um projecto de sociedade, sem capacidade para valorizar o conhecimento, sem força para sacudir as amarras dos lobbies encartados que gravitam à mesa do Estado, em vez de ser um factor de dinamização e desenvolvimento das novas gerações, é efectivamente mais um obstáculo à afirmação de quem quer dar o seu melhor por si mesmo e pelo país.
Portugal é um país de velhos! Portugal é um país de indivíduos instalados no poder, em todos os orgãos de poder, tão instalados como Fidel Castro, Kadafi, Hussein, Kim il Sun, Mubarack ou Alberto João Jardim e só não estão mais tempo no poder que eles, porque as leis não os deixam, embora alguns caiam na tentação de deixar os filhos no lugar, quando são obrigados a sair.
E porque é que também os jovens e os menos jovens continuam a aceitar que pessoas com mais de 70 (setenta) anos continuem a ocupar cargos no governo, na magistratura, nas universidades e empresas públicas, quando a lei proíbe a função pública de exercer depois dessa idade?
Porque é que essa gente não faz como os japoneses, pega uma máquina a tiracolo e vai passear em grupo por esse mundo fora?
O futuro de Portugal está nos jovens... empregados, claro!

terça-feira, 8 de março de 2011

DÁ-LHE FALÂNCIO!!!

Nada melhor nesta época carnavalesca que a canção vencedora do "festival da canção RTP", porque é mesmo uma rábula, esta coisa dos "festivais da Eurovisão" não deixa de ser uma patetice onde ganham sempre as melhores e maiores editoras europeias e onde já levamos algumas canções bonitas e sempre tivemos os votos da... Espanha, numa fase em que ainda não havia votos com valor acrescentado dos emigrantes.
Hoje li vários comentários jornalísticos, associando esta bem disposta dupla, que na verdade nem cantar sabe, a políticas de esquerda, PRECs e canções de intervenção, numa gritante falta de bom senso, formulando até hipóteses de conflito com a Europa política ou até mesmo com os humores dos credores do país, os quais ao verem o baixo nível a que chegamos, ficam sem vontade de nos emprestar mais dinheiro.
Pessoas que fazem da escrita a sua profissão, que ganham dinheiro com crónicas pretensamente responsáveis, caem com frequência na censura que não querem nunca para elas, elaborando mentalmente uma sociedade cinzenta em que não podem ter lugar os "Gel e Falâncios" cá do burgo, nos quais eu não gastaria os 0,60€ + IVA que os levará à Alemanha e que, segundo os especialistas da escrita e das canções, nos envergonhará em toda a Europa.
Pensava eu que já nem havia "festivais da canção", tanto pela pouca informação (o jogo do Benfica foi publicitado vinte ou trinta vezes mais que este "festival"), como pela ausência de intérpretes conhecidos do público, confesso mesmo que não tive oportunidade de ver o espectáculo, que troquei por um magnífico concerto de Pedro Burmester no cine-teatro do burgo, mas para ficar chocado como os jornalistas era preciso que o governo nos desse música melhor que o "gel" e o "falâncio", o que não acontece...
Um conjunto de "palhaços" na Eurovisão, porque não? então não é o que sempre temos visto? um transexual a representar Israel, uma cantora descalça, uns meio despidos, outros meio vestidos, uns pintados ou nem pintados, uns em playback, outros sem voz e nunca ninguém ficou chateado com a coisa.
Claro que eu até acho que estes "fait-divers" não representam nada, não sei mesmo quantos telefonemas foram realizados pelo público e quantos elegeram o "gel" e o "falâncio", mas isto dá uma imagem do que as pessoas pensam da situação a que a "elite" dirigente deixou chegar o país, onde não se lê, não se escreve, não se conversa, não se valoriza quem se esforça, onde um miúdo engraçado se torna uma estrela, onde o antónio das "vacas", os modelos, os jovens das novelas entretêm o pessoal e saem nas revistas.
Já os vimos em cimeiras, em conferências, em colóquios, em empresas, em governos e agora não os querem na "Eurovisão"? ao menos estes fazem-me rir...

segunda-feira, 7 de março de 2011

A ANGOLA DA LIBERDADE!!!!!

Hoje fui confrontado com uma notícia na RTP, a televisão do governo que eu sou obrigado a sustentar através de mais uma taxa/imposto, tal qual existia no tempo da outra senhora, que a chegada da democracia eliminou e que alguns anos depois um destes governos mamões obrigou o contribuinte a pagar de novo, dizia eu que a notícia da RTP tinha a ver com a realização de uma manifestação contra o governo, o legítimo governo de José Eduardo dos Santos e companhia, o democrático governo onde a filha do presidente é administradora das grandes companhias de petróleo, diamantes e bancos, dando-se ao luxo de comprar acções de bancos e companhias em Portugal sem que ninguém ouse perguntar onde é que a mocinha ganhou tanto dinheiro. Pois contra este legítimo e democrático governo do camarada "dos Santos", que se deu ao luxo de mandar eliminar fisicamente os seus adversários políticos, parece que não podem os cidadãos fazer uma manifestação, onde todo o aparelho repressivo se organizou para calar os muitos ou poucos que não estão de acordo com este "democrata" que, se as coisas correrem como até aqui, com o beneplácito da democrática Europa, vai um dia declarar legítima e democrática chefe do estado angolano a sua filhota.
Então não é que a RTP mandou a Angola o jornalista Catarro, um autêntico catarro, que directamente da capital informou que tudo está normal, que não houve manifestação, que já antes o governo tinha promovido uma manifestação onde milhões de angolanos declararam que queriam viver eternamente à sombra das boas graças do Kim Il Sung de Angola, que espero continuar a ver na presidência mais uns 40 ou 50 anos, tenha eu saúde, que a ele não lhe falta.
Então as pessoas que pensam diferente em Angola têm de estar caladas, sejam elas professores, estudantes, operários, médicos, advogados, porque o sistema os deixará de rastos quando abrirem a boca para protestar contra a dinastia Ming dos Santos? Segundo Catarro, apenas 17 (dezassete) loucos manifestantes e 4 (quatro) jornalistas foram presos porque se estavam a manifestar na noite anterior à manifestação, o que diz bem do zelo dos bufos do sistema, na qualidade de polícias, que não se limitaram a prender, porque a manifestação era ilegal, mas também roubaram os telemóveis às pessoas para ver com quem elas trocavam mensagens.
É este o Estado de Angola com quem Portugal e os sucessivos governos mantém todas as relações e a quem pedimos dinheiro emprestado para pagar as dívidas, sem pudor nem vergonha de saber que esse dinheiro deveria servir para dar ao povo angolano as condíções justas de ensino, alimentação e saúde a que deveriam ter direito, ao contrário de encher os bolsos de uma classe dirigente ditadora e parasitária.
Espero viver o suficiente para ver em relação a Angola, a mesma posição que estes vira-casacas que nos governam tiveram em relação à democrática Líbia, ao democrático Egipto, dirigido pelos camaradas da Internacional Socialista que de tão amigos passaram a ditadores da noite para o dia.