sábado, 31 de março de 2007

DIVAGANDO...

Que fazer?

No conflito das dimensões estruturais
delineadas em situações especiais,
organizadas em parâmetros essenciais,
com importantes temas, mais e mais...

Acabamos envoltos em poeira
reconhecendo a imensa solidão,
fazemos por saltar essa barreira,
ou aceitamos sem lutar, essa ilusão.

sexta-feira, 30 de março de 2007

A FIDELIDADE

Ele chegou à praia numa terça-feira, que é um dia esquisito. Quando as crianças vieram do banho deram com o pai na varanda. "olhó paiiii!" gritaram. Pouco depois chegou a mulher e também estranhou ele ali, numa terça e com aquela cara.
Pensou no pior. "A mamã!". Não, não, a mãe dela estava bem, tudo na cidade estava bem. Ele sentira saudade, pegara no carro e viera à praia. Só isso.
Mais tarde, longe das crianças, disse a verdade.
- Contaram-me que tinhas um namorado.
A mulher deu uma gargalhada. Mas quem é que tinha contado tamanha mentira?
- Contaram-me... - disse ele em tom vago. E acrescentou - um surfista.
-Eu, a namorar um surfista?!
A mulher não queria crer que ele tivesse acreditado numa história daquelas. Logo ela! Ele foi dramático:
- Preocupam-me as crianças...
- Mas isso é uma loucura! Eu, namorando um garoto?
- Eu não falei da idade do surfista... - disse ele, como se isto a incriminasse sem apelo. Ela tentou brincar:
- Homem, aqui só há garotos ou velhos.
Ele não riu, estava resignado. Talvez merecesse a infidelidade dela. Mas preocupava-se com as crianças. Ela o abraçou. Mas o que era aquilo? Depois de tantos anos de casado, aquela desconfiança? Nunca tinham desconfiado um do outro. Nunca. Ela o afastou. Disse:
- Isso é coisa da Lena, não é? Aposto que é coisa da Lena.
Não. Não era coisa da Lena. Um telefonema anónimo. Ele esforçou-se para não dar importância ao telefonema. Esforçara-se para não acreditar. Mas não resistira.
- Desculpa-me...
Ela o abraçou de novo, emocionada. Fez ele jurar uma coisa.
-Nunca, mas nunca mais, vamos desconfiar um do outro. Promete?
- Prometo.
Abraçaram-se e beijaram-se longamente, até uma das crianças vir mostrar o sapo que achara lá por casa.
- Dormes cá hoje?
- Não posso. Tenho uma reunião na cidade amanhã cedo.
Voltou para o Porto no fim da tarde. O seu compromisso era nessa noite mesmo e chamava-se Marta. Com a história do telefonema anónimo tinha um habeas-corpus preventivo. Que diabo, com o mundo neste estado, este até poderia ser o último verão da sua vida...
Mas não conseguiu olhar de frente o funcionário da portagem.

SENTIDOS



Longe... é o sentido que dou ao que desejo,

a tudo o que prescuto mas não toco,

ao vento que me sopra como um beijo

e que me deixa numa doce solidão,

antecipando o momento único da paixão

em que me oiço e me revejo!


Perto... é o sentido que dou ao que desejo.

a tudo o que alcanço no momento,

ao beijo que sinto na pele como um lampejo

que me torna o Ulisses desta história

e que transforma tudo e nada na vitória

que só alcanço em mim quando te vejo!

quinta-feira, 29 de março de 2007

A VIAGEM DE CATAMARÃ E A TRAMONTANA...


"ESTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA"...


Depois de três dias muito agradáveis, com sol, convívio e jogos das mais variadas modalidades, todos encaramos o passeio de barco às ilhas Medes como mais um episódio colorido do nosso intercâmbio em Palamós, mas...

O tempo estava pior que nos dias anteriores, com bastante vento e muitas nuvens escuras no horizonte, o que nos impossibilitou de visitar um povoação histórica próxima de Palamós de que agora não recordo o nome...

E rumámos ao cais de embarque, convencidos que a viagem era curta e que iríamos a uma ilha que vislumbravamos ali pertinho... mas estavamos enganados, o catamarã partiu e passou por essa ilhota, passou por outra, e outra, e outra ainda... o mar começou a picar, a chuva a cair cada vez com mais intensidade e algum granizo, o que nos começou a provocar aquela má disposição que quase todos os que alguma vez andaram de barco experimentaram.

A jornada terminou com a observação da vida marinha por alguns jovens e alguma indisposição de outros, mas na vida todos temos altos e baixos como as ondas do mediterrâneo e fazemos votos para que na próxima viagem o mar esteja bem mais calmo.

E boa viagem!

terça-feira, 27 de março de 2007

CIÊNCIA?



Interpretando sinais,
do complexo ao muito raro,
conjugando o verbo amar condicionado
com o "se" que se põe antes e após,
criando na garganta muitos nós,
que nos fazem amar ainda mais.


Estruturando o conhecimento... tento
saber a influência de todos os sabores,
avaliar a significância de alguns amores,
justificar tudo o que nos envolve,
sabendo que a vida nada resolve
e no final fica apenas um lamento...

QUE EQUIPAMENTO...


Não é assim tão feio, pois não?


Eram sete da manhã e aquela sexta feira de Março ia ser o início de mais uma aventura, seria o culminar de um trabalho iniciado no final do ano de 2006. De acordo com as informações recebidas, os nossos jovens que tinham recebido equipamento desportivo completo, deveriam apresentar-se com o fato de treino feito à medida para cada um e com um amarelo e preto bem agradáveis...


- eh pá, vamos todos de amarelo para o aeroporto? que chatice...

- não gosto nada destas cores... porque é que o professor escolheu amarelo e preto?

- havia tantas cores bonitas... vão todos olhar para nós quando chegarmos ao aeroporto... não gosto nada disto!

- quando regressarmos já não quero trazer o fato de treino vestido...

- e lá, vamos andar sempre de amarelo?


Com a calma necessária, o professor explicou que o amarelo e o preto são as cores do concelho de Alcanena, que eles representavam a escola secundária do concelho, que não podíamos satisfazer as cores clubísticas de cada um, que o Tiago não podia vir com o fato de treino vermelho da sua equipa, que o Ricardo não podia ir de azul e grená como na sua equipa de futebol...


Conclusão final: o fato de treino era mais bonito que o dos nossos colegas de Palamós (eles pensam o contrário), o pessoal no aeroporto foi alvo da curiosidade das pessoas que por nós passavam e no aeroporto de Barcelona um casal jovem de portugueses veio saber qual a nossa "cidade" em Portugal. Por fim, os jovens não vieram de fato de treino no regresso, só porque alguns os tinham sujado, mas ouvimos alguém dizer que com os fatos amarelos era melhor, porque todos se viam e contavam-se melhor no meio de tanto movimento. Espero que na próxima todos gostem de ir e voltar com o fato de treino vestido. É o espírito de grupo, claro!

segunda-feira, 26 de março de 2007

SEM LIMITES

Madrugada ansiosamente esperada,
inebriante sensação que nos revolve
para descobrir teus sinais de fogo,
com a lucidez de um amor louco,
despertados pouco a pouco, tudo ou nada.

Em cor clara e transparente...
raios de um sol que nos envolve
retiram de nós mesmos esses medos,
deixam escorrer por entre os dedos
os afectos, os desejos realmente!

Com a noite acompanhamos
o vaguear tonto dos morcegos,
silêncios, angústias, muitas dores,
para ganhar instantes felizes, amores,
tentados todo o tempo que afagamos.

Um dia tudo é escuro, noite, breu,
mesmo com muita luz à nossa volta,
fecharemos a porta à ousadia,
poderemos ignorar até o céu
dos que prometiam dia a dia...

Chegaremos ao limite do universo,
cavalos sem corcel, livres, à solta,
onde nos esperam novas emoções...
e na moeda do amor e das paixões
encontraremos o verso e o reverso!

domingo, 25 de março de 2007

EU NÃO VOU!


- oh professor, parece que vamos comer a casa dos colegas de Palamós, mas eu digo já que não quero ir... para já não gosto da comida espanhola, depois não conheço ninguém, não consigo falar com eles... não quero saber, eu não vou comer a casa deles!

- então chegamos hoje, não conheces as pessoas, não comeste nada de comida espanhola e já estás com conclusões tão definitivas? acho melhor não te precipitares...

- mas os meus colegas também não querem...

- bem, hoje estava combinado irmos a um restaurante, escolhido pelo nosso anfitrião, mas eu vou tentar encontrar uma solução para esse teu problema gastronómico...

-Josep, podemos conversar em particular?tenho aqui um problemazinho para resolver... aquele restaurante que me tinhas falado pode ser trocado pelo Mac Donnalds? podemos ir jantar ao Mac Donnals? ok, vamos ao Mac Donnalds...

E o grupo de jovens lá foi, avenida fora, conjecturando hipóteses horríveis preparadas por esses "malditos" catalães, para nos fazer comer aquelas comidas de que não gostamos nem um bocadinho...

- pessoal, vamos jantar aqui mesmo, neste Mac Donnalds!

Apanhados de surpresa, todos apreciaram uns "mac menús" com coca cola e acabaram a noite com uma generalizada confiança nos professores portugueses e catalães, aceitando e apreciando bastante nos dias seguintes, os almoços e jantares, em casa e fora de casa dos colegas de Palamós.

Agora só precisam de saber escolher os melhores pratos para oferecer aos seus amigos, quando em Maio os recebermos.


sábado, 24 de março de 2007

JOGOS DE AMOR (SEREI TITULAR?)


Ao som de nuvens lisas e sem cor
feitas e desfeitas no momento,
enquanto sonho, escrevo, tento...
sobram raios de sol, no entretanto,
dando colorido a todo o campo
onde jogamos este amor.

Atacamos pelos flancos, junto à linha,
como um forte bloco de granito,
onde amor eterno justifico,
lançando o avançado deste amor,
driblando a chuva, o frio e o calor,
serei o campeão da nossa vida!

Chegados ao final de duras provas,
com muitos pontos ganhos em comum
(podíamos ter ganho mais algum,
mas o medo de perder não nos deixou),
atrás de mais um golo vou,
amando os gestos que em ti renovas.

sexta-feira, 23 de março de 2007

PALAMÓS AQUI TÃO PERTO...



E quanto ao "intercambius" só a faixa do aeroporto onde passa quem "nada tem a declarar", foi incompatível com a nossa aventura a Palamós. Foi uma viagem onde todos se declararam muito felizes, onde nos conhecemos em cinco dias mais que durante um ano de aulas, onde todos fizeram novas amizades, onde o espírito de grupo se fortaleceu e criou novas relações. Uma chegada meio fria, protocolar e uma aproximação progressiva que proporcionou a todos um meio final de intercâmbio muito gratificante. E meio final porque falta a segunda parte deste intercâmbio, com data marcada para 4 de Maio próximo.

Que melhor meio de desenvolvimento dos nossos jovens, senão este tipo de experiência? para alguns o batismo de voo, para outros uma estadia num aparthotel com chave no bolso, para outros ainda uma relação nova com um amigo de outro país, uma língua diferente para jogarmos as palavras cruzadas, aqueles jogos que perdemos e ganhamos, aqueles passeios de barco que enjoaram uns tantos (e o professor que o diga), aquelas refeições diferentes das habituais, aquela discoteca que metia medo ao susto e onde acabamos bem contentes e com prendas...

A 4 de Maio lá estaremos para mostrar aos nossos amigos que Alcanena também sabe receber e que um meio pequeno como o nosso tem características e locais muito agradáveis, para além de mostrarmos e demonstrarmos que a nossa escola está ao nível das melhores, pese embora aquele ruído de fundo não se comparar ao silêncio que fomos encontrar no Instituto de Estudos Secundários de Palamós.

Que estes intercâmbios se repitam e multipliquem, pois todos temos que ganhar consciência que no século XXI os jovens serão cidadãos do mundo.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Bem Vindos ao "Intercambius"!

NAVEGANDO...

Vou navegar no oceano
Ouvindo o som e os sussurros de sereia
Que trazes contigo até à areia,
Passeando em teu barco vermelho,
Olhando o teu rosto ao espelho
E amando... amando...

Apoiar meu corpo em teus braços,
Juntar teus pensamentos como um jogo,
Ficar contigo o tempo todo
Que nos faça tocar a eternidade,
Num sítio qualquer desta cidade
E nunca sentir o amor feito em pedaços.

Creio nisso, sim, tenho certeza
Na confiança de que também pensas assim...
Da Babilónia perfeita, seu jardim
Trouxeste o perfuma único, soberbo,
Reflectindo o amor eterno
Realçando ainda mais tua beleza.

Até um dia qualquer
Onde serás o centro do meu mundo
E realizarás tudo o que de profundo
Viste em mim desperto, bem notado,
Onde daremos largas ao que, amado,
Foi razão de ser de ti, mulher!